O encontro iniciou com cantos no idioma Ronga que lembrava a importancia da organização das mulheres para combater as injustiças e a pobreza. As capulanas coloridas e as bandeiras da UNAC, Via Campesina e do MST-Brasil embaixo da sombra de uma acácia davam um ar alegre na manhã. Ainda cantando cada mulher recebeu de Elizabete Afonso, da Comissão das Mulheres da UNAC, um lenço simbolizando o momento do encontro como reafirmação da força, garra, vigor e beleza da luta da emancipação e libertação das mulheres.
Em seguida iniciamos o estudo da história do Dia Internacional da Mulher, que foi coordenado pela companheira Maria Gorete – militante do MST que está fazendo intercâmbio solidário com a UNAC na área da Formação Política. Ela trouxe os elementos históricos da luta pela emancipação da mulher contra sua opressão e exploração. Foi feito um percorrido até os nossos dias, enfocado a luta das mulheres na cidade e no campo, houve uma boa integração e debate sobre os grandes desafios que as mulheres trabalhadoras do campo e da cidade deverão enfrentar para conquistar sua emancipação e libertação.
Para encerrar o encontro foi compartilhada a leitura do resultado do debate nos grupos sobre a situação da pequena produção e das mulheres camponesas em Moçambique. Foram ressaltadas várias questões sobre a falta de incentivos agricolas por parte do governo, o problema da concentração da terra, da monocultura do eucalípto e cana de açucar. Concluiram que a situação do campo em Moçambique é precária sem os direitos fundamentais da pessoa humana: terra e crédito subsidiados para produzir alimentos, educação e saúde de qualidade, lazer. Para garantir esse direitos foi afirmado que era necessário a união, organização e luta de todos camponeses e camponesas de Moçambique assim os filhos permanecerão na machamba.
Após informes sobre as lutas da mulheres no mundo e leitura da carta de solidariedade as mulheres da Via Campesina Brasil que foram duramente reprimidas pelo Governo Brasileiro, após ocupação da empresa sueca-filandesa STORA ENZO de 86 mil hectares de plantio da monocultura do eucalípto. Para simbolizar esse momento de solidariedade da luta camponesa no mundo contra a monocultura do eucalípto, cana de açucar, milho trangênico etc, plantamos uma mangueira para afirmar que o capital internacional não ira destruir as sementes que são patrimônio da humanidade: elas serão preservadas na combatividade das mulheres camponesas que serão sempre viveiros de sementes.
GLOBALIZEMOS A LUTA GOBALIZEMOS A ESPERANÇA.
Maputo, 10 de Março de 2008.